sábado, 18 de junho de 2011

Eleito um deputado operário da FIT

No dia 12 de junho se realizaram as eleições estaduais em Neuquén, Argentina. Esse estado do sul da Argentina tem sido palco, nos últimos anos, de algumas das mais destacadas mobilizações operárias da América do Sul. E isso não é nenhum exagero.
Desde que há cerca de dez anos atrás, quando o proprietário de uma fábrica de ladrilho, Zanon, resolveu diminuir em mais da metade o efetivo de trabalhadores no contexto da crise econômica que se abatia sobre a Argentina daquele momento, começou essa experiência de luta que ainda vai durar muito tempo. A fábrica, desde então, foi ocupada pelos trabalhadores e colocada para produzir sob controle operário. Enquanto toda a economia estava em crise e demitindo, os operários demonstraram que podem administrar a economia. Zanon ocupada contratava os companheiros do movimento de piqueteiros, colocava de pé um fundo nacional de greve e colocava a produção a serviço da população.
Agora, a unidade da esquerda junto aos trabalhadores de Zanon, de outras fábricas ocupadas e trabalhadores de várias categorias, deram um passo a mais na sua luta. Elegeram um deputado operário para a assembléia legislativa de Neuquén. Que vai ganhar um salário igual a na fábrica e o resto do dinheiro vai ser colocado no fundo de greve nacional. Além disso, o cargo será rotativo entre as quatro forças que participam da FIT em Neuquén: a agrupação sindical que dirige o sindicato ceramista, com o companheiro Lopez, independente, além do PTS, PO e IS. Uma forma totalmente distinta de fazer política. O mais significativo deste processo, é que indica, como reconhece até um intelectual que apóia o governo Kirchnner, que a esquerda revolucionária começa a ter um real apoio popular. E isso sem precisar abrir mão do seu programa e perfil revolucionários. Além disso, a forma como é encarada essa conquista é de que é uma trincheira a mais para fortalecer a luta extra-parlamentar dos trabalhadores.
Por trás dessa conquista existe um elemento estratégico. A unidade, conquistada em dez anos de ocupação de fábrica, entre um setor da classe operária e os trotskistas do PTS. Agora, uma ampla camada de trabalhadores começa a ver a necessidade de se organizar politicamente, o que abre ampla possibilidades para a construção de um partido revolucionário de massas no estado.

Um bom começo para a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores!

o último jornal do PTS da amplo destaque para essa conquista.

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