domingo, 22 de maio de 2011

Sobre a morte de Felipe Ramos de Paiva, estudante da USP



Por LER-QI


Sobre a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, estudante da Faculdade de Economia e Administração, o diretor do Sintusp e dirigente da LER-QI Marcelo “Pablito” declarou “Em primeiro lugar, toda solidariedade à família e aos amigos de Felipe. É uma lástima que a Universidade de São Paulo tenha virado assunto nacional não por descobertas científicas que possam ajudar a resolver os problemas estruturais do país e da população, mas justamente pelo assassinato de um jovem estudante”.

Pablito também apontou que “Toda a comunidade universitária deve se organizar para enfrentar esta situação, sem se deixar levar pelas falsas palavras da Reitoria de que se preocupa com a segurança na universidade, que tem sua guarda universitária dirigida há anos por um policial e contando com a presença de policiais em rondas, o que desmente o discurso interessado da Reitoria que agora ’se precisa da polícia’. A polícia já está na USP e, assim como na sociedade, não garante segurança, mesmo porque todos os dias ouvimos denúncias de policiais envolvidos em chacinas e roubos nas portas de bancos (saidinhas), entre outros crimes. Devemos nos posicionar contra as propostas que a própria Reitoria vem apontando, como restringir o acesso à universidade aos que têm carteirinha, colocar catracas nas Faculdades e mais uma vez a histórica tentativa de colocar a polícia, que significa mais repressão e controle social na USP e não mais segurança”.

Diana Assunção, também diretora do Sintusp e dirigente da LER-QI completou dizendo “Eles propõem estas medidas para privatizar ainda mais a universidade, pois este é o projeto do governo do Estado que, mesmo com uma crise aberta com o PSDB, continuam buscando as vias de destruir o ensino público. Nos solidarizando com os familiares e amigos, dizemos claramente que não aceitaremos mais polícia dentro da USP. Não aceitaremos a presença da polícia acusada pelo assassinato de Cícera, trabalhadora terceirizada da Faculdade de Educação que foi assassinada pela polícia na São Remo em 2007, e de tantos outros jovens, negros e pobres da periferia”.

Por fim, ambos apontaram que, desde o Sintusp, se propõem a entrar no debate nacional sobre a presença da polícia nos espaços da educação, como se abriu a partir da tragédia de Realengo, no Rio de Janeiro, e que agora volta a tona com o assassinato de Felipe, assim como o próprio caráter reacionário da “polícia mais assassina do mundo”, segundo a própria ONU, que é nada mais do que um órgão repressor e de controle social do estado. Por isso apontam a necessidade dos sindicatos, da organizações de trabalhadores, de direitos humanos, do movimento estudantil, intelectuais e professores se organizarem numa ampla campanha democrática como ocorreu em 2009 quando a polícia, a pedido do ex-governador José Serra, reprimiu a greve de trabalhadores e estudantes da USP.

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